Considerado polêmico por alguns, o autor Iann Fox vem causando intrigas ao expor seus leitores a temas sensíveis que ocorrem em nossa sociedade e remetem a teorias conspiratórias. Em um bate papo informal, Iann Fox fala um pouco sobre sua trajetória literária e revela suas inspirações, medos e motivações.
Iann, sendo brasileiro e morando no exterior, você já sentiu algum preconceito vindo de potenciais leitores?
Não. Se fui vítima de preconceito, não fiquei sabendo.
Como morar em outro país influencia a sua escrita? Quais métodos você utiliza para manter sua essência brasileira?
Na verdade não tento manter uma “essência brasileira”. Por ter tido oportunidade de conhecer várias culturas, percebo que não importa de onde você veio, porque nossos medos e nossas paixões são similares, embora por coisas diferentes. Qual a outra parte da pergunta?
Se morar em outro país influencia sua escrita.
Ah, sim, claro. Influencia, sim. Eu não teria como escrever sobre algo que não conheço, pois o meu estilo é de utilizar fatos e lugares verdadeiros.
Como se deu o início de sua carreira literária?
Começou com a vontade de levar uma mensagem esclarecedora a outras pessoas. Foram muitos anos de pesquisa e aprendizado até chegar a esta obra.
A obra em questão é o livro “A Vela Vermelha – Colapso de Dogmas”. Terá continuação?
Sim. Pretendo que sim.
Pode falar mais sobre isso?
Embora a trama principal do livro tenha sido resolvida, algumas perguntas ficaram sem respostas para os leitores, e existe um porquê para isso. Essas perguntas serão respondidas na próxima… ou nas próximas obras. No momento oportuno.
Próximas?
Talvez. São muitas informações a compartilhar com os leitores.
Pode compartilhar algumas dessas informações agora?
Não. Desculpe. No momento oportuno serão reveladas.
Certo (pausa). Iann, você me disse em off que “A Vela Vermelha – Colapso de Dogmas” surgiu após você observar como os ataques ocorridos em 11 de setembro causaram medo e preconceito na população dos Estados Unidos. Particularmente, como esse evento te afetou? Onde você estava no dia dos ataques?
Eu estava na Flórida, dirigindo para o trabalho. Ouvi no rádio que um avião de pequeno porte havia colidido em Nova York, ainda não sabiam direito o que tinha acontecido. Cheguei no escritório, liguei a TV e não pude acreditar no que eu estava vendo: era o segundo avião batendo na outra torre. Foi um dia de muito medo, pois não sabíamos onde mais eles atacariam, a Flórida poderia ser um dos alvos. Depois veio o período de luto. Lembro que as emissoras de rádio não tocavam algumas músicas como “What a Wonderful World”. O mundo virou de cabeça para baixo. Então veio o preconceito, principalmente contra muçulmanos, que não havia naquele grau antes do ataque.
Por que tanto mistério quanto à sua verdadeira identidade? Por que se esconder atrás de um pseudônimo? Você sente algum medo de que seus livros gerem perigo a você ou a aqueles que ama?
Sim, temo pela minha família, principalmente. Existem pessoas que não querem que os fatos que exponho sejam de conhecimento público.
Por que resolveu publicar o livro primeiro em português? Pretende traduzir suas obras para o inglês?
Eu estou reescrevendo em inglês, embora todas as expressões utilizadas sirvam para os dois idiomas. Pensei em ambos já quando estava escrevendo. Tenho dois motivos para lançar A Vela Vermelha primeiro em português: neste idioma os gêneros são mais complicados, quem leu vai entender o que digo, e o outro motivo é porque o Brasil corre mais perigo no momento.
Perigo? Que tipo de perigo?
Os perigos que eu menciono no livro.
São reais?
Sim. Infelizmente.
Sabendo disso, ainda pensa em voltar ao Brasil?
Talvez eu já esteja no Brasil fazendo pesquisas para a próxima obra.
Entendi (pausa). Assim como Umberto Eco, você está lançando seu primeiro livro após os 40 anos. Sente que a idade é um fator decisivo em sua escrita? Até que ponto o amadurecimento e a experiência adquirida ao longo de sua vivência influenciaram seu trabalho?
Obrigado pela comparação com Umberto Eco (risos). Quisera eu poder alcançar o nível de escrita dele! Michelle, acredito que experiências são a matéria prima do escritor. Então, sim, o amadurecimento e a experiência são essenciais. Além disso, as pesquisas levaram muitos anos. Eu não conseguiria obter o mesmo resultado e profundidade, se tivesse escrito A Vela Vermelha quando comecei a pesquisar seriamente, há uns 15 anos. Provavelmente nem o título seria esse. Ver a história real se desenrolando diante de meus olhos, ajudou bastante. Hoje, mesmo após ter lançado o livro, vejo notícias que comprovam fatos sobre os quais escrevi nele.
Gostaria de citar algum?
Não. Seria spoiler.
Você é maçom há 20 anos. A Maçonaria serve de inspiração para suas obras?
Sim, os princípios maçônicos fazem parte da minha vida e de minhas obras.
Que princípios são esses? Você pode contar?
Claro! Liberdade, igualdade e fraternidade. Todos os homens e mulheres devem ser livres e iguais como irmãos, filhos do mesmo Deus. A essência da Maçonaria é a virtude, o objetivo é o desenvolvimento da humanidade.
A Maçonaria é vista como uma sociedade secreta envolta em mistérios e que gera grande curiosidade sobre sua atuação. As suas escritas têm uma temática forte ligadas a religião e conspirações políticas. Seriam seus livros novas formas encontradas para levar adiante as ideias da Maçonaria? Em algum momento você já se sentiu coagido por essa instituição?
Coagido pela Maçonaria? Não, nem nunca ouvi falar sobre a Maçonaria coagir alguém. Isso seria contra os nossos princípios. O meu livro mostra o que realmente é, ou que deve ser, a Maçonaria. Procurei representar o que conheço, de forma fidedigna, tanto para maçons como para não-maçons. A Maçonaria não é religião, mas certamente tem vínculos religiosos. É uma sociedade com segredos, mas não é secreta. Se fosse, os templos não estariam nas listas telefônicas. Se é que ainda existem listas telefônicas… mas você entende o que quero dizer.
Sim, entendo. Em suas redes sociais existem várias postagens referentes a fatos ocorridos na política brasileira. Qual a sua opinião do cenário político do Brasil? Pretende escrever sobre essa temática?
Hoje em dia os limites do que é política e o que não é, estão sendo borrados e destruídos. Certas coisas são simplesmente certas ou erradas e não têm nada a ver com política, mas estão sendo percebidas como relativas, por motivos e interesses que eu exponho no livro.
Sua obra “A Vela Vermelha – Colapso de Dogmas”, embora seja ficção, apresenta em sua narrativa fatos e eventos históricos. Por quê? Qual o objetivo do livro? Por que Colapso de Dogmas”?
A minha intenção é tornar conhecidos os fatos desconhecidos. O objetivo é trazer conhecimento e combater a intolerância, mas o objetivo final é fazer as pessoas pensarem. Acredito que todos os que lerem, mesmo os que não gostarem, vão pensar sobre o que eu escrevi. E é aí que entram os dogmas, que são ideias que não permitem discordância. Ao não questionar dogmas, pessoas são manipuladas. Por isso busco destruir dogmas em geral, sejam eles religiosos, pessoais ou outros. As pessoas precisam pensar por si próprias.
Sua obra é um thriller. Você sonha em vê-la adaptada para outras plataformas, como cinema ou streaming?
É uma possibilidade, embora o roteiro teria que ser adaptado. Sabe? Senão a trama não funcionaria, tem a virada…. Não sei como isso seria feito, mas não é minha preocupação no momento. Cada coisa no seu devido tempo.
Como o leitor pode adquirir suas obras e se contactar com o autor?
O website traz todas as informações e tem uma lista dos principais locais em que o livro pode ser comprado. www.iannfox.com
Finalizando, qual a mensagem que você quer deixar para seus leitores?
Espero que gostem de A Vela Vermelha, e que satisfaça as suas expectativas.